COTIDIANO DE CABECEIRAS: No meio do caminho tinha uma árvore, tinha uma árvore no meio do caminho.

COTIDIANO DE CABECEIRAS: No meio do caminho tinha uma árvore, tinha uma árvore no meio do caminho.



“No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho”
                                     Carlos Drummond de Andrade
Árvore.
No meio do caminho tinha uma árvore, tinha uma árvore no meio do caminho.

Não, o tempo do verbo está errado: ELA ainda está lá...
Já pegou sol e muita poeira.
E agora, coitada, só chuva e lama.
Ninguém dá atenção a ELA, só olham e lamentam.
E majestosa, ELA está lá, ocupando metade da pista.
Quem quer passar que se desvie, ELA não.
Faz um tempão, caída e ninguém se preocupa.
Quem vai tirar suas folhas, seus galhos e seu tronco?
Uma incógnita...
Repousando, ELA arranca admirações e lamúrias.
Será que ficará velhinha naquele local?
Quem sabe, até agora, tudo indica que sim.
E, se devido ao alto preço do gás, alguém querer dissipá-la em pedaços?
Vai aquecer a fornalha para almoço ou churrasco, em suas chamas e brasas.
Mas, até agora, ELA continua lá...
Pobre. Coitada. Sem valor, mas continua lá...
Quer visitá-la? Será uma fonte de inspiração.
Comendo um pão de queijo com café quentinho dá para vê-la.
Bem ali, depois da Lanchonete da Curva.
Ah! Cuidado, melhor ir é a cavalo, porque no caminho, só buracos.
Não seja apressado, pelo andar da carruagem ainda vai ficar por muito tempo...
No meio do caminho tem uma árvore, tem uma árvore no meio do caminho.

Árvore caída a mais de três meses na estrada que liga Cabeceiras à divisa com MG
 (Foto: Everson Luiz / Jornal de Cabeceiras)


(Foto: Everson Luiz / Jornal de Cabeceiras)





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