GOIÁS: Em protesto contra salários atrasados, servidores fecham prefeitura.

GOIÁS: Em protesto contra salários atrasados, servidores fecham prefeitura.


Manifestação começou às 7h e comissão foi recebida por prefeito à tarde.
Sindicato alega atraso de até três meses na Saúde; prefeito nega.

15/11/2012 às 08h29
Bruno Soares
Informações do Portal G1

Cerca de 200 servidores municipais de Santo Antônio do Descoberto, região leste de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, fazem uma manifestação desde as 7h desta quarta-feira (14), em frente à sede da prefeitura.
Eles protestam contra o atraso do pagamento de salários dos professores e de parte dos servidores da Saúde. Os funcionários chegaram a trancar com correntes os portões de duas garagens do local para evitar que o prefeito Davi Leite (PR) saísse de carro sem receber a comissão que representa os grevistas.

À tarde, o prefeito recebeu os representates Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santo Antônio do Descoberto (Sindicad-GO) em uma reunião que durou cerca de quatro horas. Ao G1, por telefone, Davi Leite reclamou da falta de recursos, mas argumentou que está tentando uma solução para o problema: "Mesmo sendo poucos dias [de atraso], a gente entende a necessidade e estou aqui para o diálogo".

Assista a reportagem no Portal G1.

Em entrevista ao G1, por telefone, o vice-presidente do Sindicad-GO, Francisco das Chagas Fernandes da Silva, informou que o grupo só foi recebido após o fechamento das garagens. Segundo o vice-presidente, apesar de ter trancado as garagens, o portão principal continuou aberto. “Não houve cárcere privado”, justificou. Após a chegada do prefeito, por volta das 9h, os manifestantes também montaram três barracas para fechar a rua da prefeitura, no centro da cidade.

Por volta das 11h30, o prefeito recebeu uma comissão para uma reunião que acabou pouco depois das 15h30. Após o fim do encontro, o grupo deixou a porta da prefeitura. De acordo com a Polícia Militar da cidade, a manifestação correu de maneira pacífica.

Atrasos
Um dos líderes do movimento, Francisco das Chagas Fernandes da Silva afirma que os manifestantes são funcionários públicos municipais da Educação e servidores da Saúde. Nesse grupo, estão agentes de endemias, agentes de saúde, funcionários do Programa de Saúde das Famílias (PSF) e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo o sindicalista, os profissionais da área de Educação receberam o salário de outubro dividido em duas parcelas e que na quinta-feira (8) passada, data do pagamento de novembro, apenas 50% do vencimento foi creditado para o funcionalismo. “Isso porque, durante uma assembleia do prefeito e da Secretaria de Educação com 400 funcionários, eles afirmaram que o pagamento seria regularizado em novembro”, conta. Francisco diz ainda que os funcionários da Saúde estão com os salários atrasados e que alguns servidores comissionados estão sem receber há mais de três meses.

Para protestar contra os atrasos nos pagamentos, os funcionários da Educação reduziram a jornada de trabalho para meio período durante o mês de outubro. “Desta vez, decidimos entrar em greve desde a sexta-feira (9)”, conta o vice-presidente do Sindicad-GO.

Na terça-feira (13), os grevistas fizeram uma manifestação em uma ponte e tentaram fechar uma via, mas uma das líderes foi detida. “Ela só foi liberada à tarde, depois de passar por exames no Instituto Médico Legal (IML) de Luziânia”, conta Francisco.

Sem recursos
Após a reunião com os manifestantes, por volta das 16h, o prefeito Davi Leite retornou as ligações do G1 e disse que não há funcionários da Secretaria de Saúde sem receber por três e meses. Segundo ele, apenas os funcionáios do Programa de Saúde da Família (PSF) e agentes comunitários de saúde estão com os salários de outubro atrasados. Segundo ele, essas categorias são pagas com recursos federais que ainda não chegaram ao município.

Sobre os dias de atraso dos servidores da educação, ele explicou que o repasse do Fundeb não deu para quitar a folha completa. "No dia 9, pagamos 50% da folha e acertamos que no próximo dia 20 o restante será pago", informou leite.

O prefeito alega crise financeira. "Municípios como o nosso, que vivem basicamente de fundo de participação - recursos passados da União às prefeituras, tiveram uma queda significativa no repasse este ano e estão em sérias dificuldades", justificou.

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