O fim de uma história de terror

O fim de uma história de terror









Perna direita com o joelho flexionado sobre a cama de alvenaria, perna esquerda praticamente esticada, com o pé tocando o chão. Vestia camisa branca e bermuda jeans de cor azul. No bolso, 190 reais. Em volta do pescoço, tiras trançadas com esmero, distante 1,30 metro do ponto usado como apoio – um pedaço de ferro numa minúscula fresta de ar da cela –, puseram fim à história de horror protagonizada por Adimar Jesus da Silva, o serial killer que assassinou brutalmente seis jovens de Luziânia, no Entorno de Brasília (DF). Ontem, o pedreiro usou o peso do próprio corpo para enforcar-se, logo depois de almoçar.
A notícia da morte de Adimar, que há oito dias estava sob a custódia do Estado, recolhido numa das celas da Degacia Estadual de Repressão a Narcótico (Denarc), logo levantou dúvidas sobre suas circunstâncias. Enquanto os peritos criminais realizavam seu trabalho, o corregedor-geral da Polícia Civil de Goiás, delegado Sidnei Costa e Souza, justificava que, atendendo a uma “formalidade legal”, seria instaurada uma sindicância para que não restassem dúvidas de que o que ocorrera ali se tratava mesmo de suicídio.
Assim que o corpo de Adimar deixou a delegacia rumo ao Instituto Médico-Legal, a perita Iracilda Coutinho Itacoramby afirmou aos jornalistas que, em casos assim, “sempre restam dúvidas” até a conclusão final da perícia. “A somatória dos vestígios recolhidos na cela é que nos dará condição de afirmar, com absoluta certeza, o que ocorreu.” Poucas horas depois, em entrevista exclusiva ao POPULAR e à Rádio CBN, a perita sustentou que após análise detalhada do corpo do assassino no IML não tinha mais a menor dúvida de que se tratava de suicídio.
A perita buscou no corpo de Adimar sinais de luta corporal e perfurações que pudessem ter sido provocadas por algum tipo de arma ou outro objeto, mas nada foi encontrado. Além disso, ela explicou que o ângulo do sulco formado no pescoço do pedreiro é condizente com morte provocada por autoenforcamento (veja quadro). Ou seja, no laudo que assinará nos próximos dias, a perita atestará que Adimar se matou na prisão.
De qualquer modo, o delegado corregedor colheu ontem mesmo depoimentos de presos e dos dois agentes de Polícia Civil que estavam de plantão na Denarc. “Esse é o procedimento padrão. Tudo nos leva a crer que o que houve aqui foi suicídio, mas mesmo assim será instaurada a sindicância.” Comprovado o suicídio, extingue-se a punibilidade no caso.
Fonte: O Popular

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