COTIDIANO DE CABECEIRAS: No meio do caminho tinha uma árvore!

COTIDIANO DE CABECEIRAS: No meio do caminho tinha uma árvore!

A árvore foi definitivamente retirada da estrada.

Árvore, Adeus!

Nossa, pensei que tivesse um pouco de importância.
Achei que poderia viajar e conhecer outros lugares.
Durante semanas e meses fui o comentário.
Então, achei que poderia mandar “no pedaço”.
Mas, não. Sem me consultar, fui violada.
Não me abraçaram, fui acorrentada pelo tronco e braços.
Sem palpitar e amordaçada, me arrancaram do meu lar.
Então sonhei: irei, enfim, para bem longe...
Breve e pobre imaginação.
Sem resposta, simplesmente, me viraram de lado.
Tudo bem que estava meio cansada.
Comi poeira e sufoquei nas águas e no barro.
Mas, pergunto? Só me virar de lado?
Com certeza merecia algo bem maior.
Afinal, fiz parte de um legado de incompetência.
Quando estava ali, era citada por todos que passavam.
Me olhavam com admirações e lamúrias.
Agora, ninguém me vê. Só desilusão...
Alguns metros foi o que me deram.
Sim, minhas folhas morrerão mais rápidas.
Meu tronco é só fraqueza.
Mas, pergunto de novo? Só me virar de lado?
E os carros passam velozes...
Velozes? Não, adiante tem um poço, é só perigo.
E eu aqui, morrendo aos poucos.
E aos poucos foram me dilacerando.
Fui reduzida a pequenos pedaços de metro.
Sim, fiquei na história.
Sem força, digo Adeus e ouço falar de um primo.
Um primo bem distante: o Coqueiro do Neto.
Não. Não existe mais uma árvore no meio do caminho...

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